Espelho, gotas de sangue e um chão vivo

espelho sangue

Viver uma cidade gigante também significa lidar com o estar presente e falta de presença de outrem. A dinâmica da correria diminui em muito a dinâmica de estar com aqueles que se gosta… Relativamente isso se torna menos nos laços que estabelecemos, deixando-os mais fluídos e descuidados.

Deixa-se de lado também um pouco do que se gosta de fazer… Descaracterizando o ser, a identidade individual, tornando-se mais parte de uma massa homogênea. Descaracterização essa que reunida com a fluidez e o descuido deixam-nos com olhares menos ávidos e menos expressões de sorrisos. O espelho quebrou-se e é difícil remontá-lo sem cortar as mãos e gotas de sangue a escorrerem para o chão, que é vivo.

É preciso pisar no chão vivo e no sangue escorrido para voltar a sentir que você é uma bolota nessa massa que parece homogênea. Para nessa remontagem encontrar os lugares de cada fragmento, ou para achar novos lugares para esses fragmentos…

Sobre ladyarouche

Idéias e Desidéias da Cidade Ver todos os artigos de ladyarouche

Deixe um comentário